Webinário discute políticas públicas para formação de gestores escolares
A partir de estudo realizado em parceria com o D3e, Instituto Unibanco convidou especialistas para debate sobre formas de melhorar o desenvolvimento de diretores
No dia 9 de junho, o Instituto Unibanco realizou o webinário Políticas Públicas para Formação de Gestores Escolares, que contou com o lançamento do relatório Desenvolvimento Profissional de Diretores Escolares: Análise das Experiências da África do Sul e do Canadá (Ontário), produzido em parceria com o Dados para um debate democrático na educação (D3e). Com abertura de Mirela de Carvalho, gerente de Gestão do Conhecimento do Instituto Unibanco, e Antonio Bara Bresolin, diretor executivo do D3e, o evento teve a apresentação de Lara Simielli, professora da FGV/EAESP e pesquisadora do D3e, e comentários de Ana Cristina Oliveira, Professora da UNIRIO; Anna Penido, especialista em educação; e Julia Sant’Anna, Secretária de Educação de Minas Gerais. Ao vivo e com tradução em libras, a mediação ficou por conta de Paula Penko, coordenadora de Avaliação do Instituto Unibanco.
Iniciando a sua fala, Mirela lembrou que esse era o segundo webinário focado nas lideranças escolares. Para ela, é fundamental que sejam pensadas políticas de investimento na formação dos diretores, que são atores fundamentais na educação.
“Espero que a gente tenha um debate produtivo, que acumule ainda mais conhecimentos, que saia mais fortalecido para apoiar nossos gestores para que eles sejam líderes cada vez melhores, envolvam a comunidade e consigam responder aos desafios necessários para melhorar a educação no Brasil”, afirmou, convidando os participantes à discussão.
Em seguida, Antonio falou sobre a importância da produção de pesquisas conectadas com a realidade brasileira, que estimulem o debate e tragam apoio para tomada de decisões qualificadas, como é o caso do material apresentado durante o webinário.
“A gente busca, com o relatório, a partir dos levantamentos que fazemos, apresentar recomendações, perguntas orientadoras ou sugestões de pontos a serem considerados e o aprimoramento dessas políticas que estão sendo tratadas no tema do relatório”, explicou.
Ao apresentar os principais pontos do documento, Lara destacou o enfoque em três direções: na formação e desenvolvimento de gestores; em políticas para liderança; e na implementação dos programas. O propósito da pesquisa, segundo ela, foi analisar casos que possam inspirar o Brasil, trazendo contribuições ao contexto local e aprendendo com cada exemplo. Por essa razão, após a avaliação dos sistemas de nove países, os escolhidos foram o Canadá, mais especificamente a experiência da província de Ontario, e a África do Sul. Lara também pontuou que a temática é uma discussão essencial dentro do atual contexto da educação no Brasil.
“A gente está em um momento muito importante, por ter sido aprovada a Matriz Nacional Comum de Competências do Diretor Escolar, que vai impactar na formação desses gestores. Então, estamos no momento de pensar nisso. E o nosso objetivo com esse relatório é contribuir para essa discussão”, disse.
Ana Cristina, por sua vez, abordou a importância dos diretores escolares em um momento de pandemia e destacou que o seu desenvolvimento profissional deve ser pensado considerando também o momento de contingência e situações que desafiam a realidade em uma rotina já instável e desafiadora. Ela também destacou que é necessário entender que tipo de diretor o Brasil quer formar, com quais competências e para atuar em quais situações nas escolas públicas.
“Nesse aspecto, olhar para as experiências internacionais faz sentido, não para replicar as experiências, mas para conhecê-las, principalmente em locais que têm tradição na pesquisa sobre o tema, sobre o que tem sido feito e sobre as estratégias colocadas em prática”, pontuou.
Para Anna Penido, o relatório se destaca por trazer uma série de subsídios sobre o tema das lideranças educacionais que estão ganhando espaço atualmente. A especialista ressalta que o foco da discussão foi, por muito tempo, a forma de escolha das lideranças, mas agora existe a oportunidade de fazer um debate mais profundo sobre o oferecimento do desenvolvimento profissional para que os gestores estejam aptos a exercer essa função, independentemente da forma como chegam lá.
“Obviamente, o primeiro passo dentro de uma política como essa é a matriz. Porque se a gente não tiver clareza de onde quer chegar, vai ser difícil prover a formação e as condições necessárias para tal”.
Encerrando o debate, Julia compartilhou uma de suas experiências enquanto secretária de Educação de Minas Gerais, quando a transferência de repasse estadual para merenda havia sido suspendida e o recurso disponível não poderia ser destinado para a compra do gás, impedindo que as escolas cozinhassem as merendas. Por meio de um processo de reorganização financeira, foi possível garantir e dobrar o valor do repasse às escolas. Segundo ela, a estruturação de uma matriz de referência deve levar em conta realidades distintas.
“Esse processo deve ser muito cuidadoso, muito progressivo e sempre lembrando as conquistas que a gente já fez. Afinal, quem vai fazer a educação transformar é o diretor com a certeza que de ele tem em mãos as condições de fazer essa transformação cada vez mais bem formado”, finalizou.
Para assistir à gravação do webinário Políticas Públicas para Formação de Gestores Escolares acesse:
A íntegra do relatório Desenvolvimento Profissional de Diretores Escolares: Análise das Experiências da África do Sul e do Canadá (Ontário) está disponível no site do Observatório de Educação – Ensino Médio e Gestão: https://bit.ly/3cq1rno
No dia 16 de junho, às 16h, o próximo encontro, “Para onde vai o Saeb?”, discutirá o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e as mudanças necessárias para aperfeiçoar a avaliação da qualidade do ensino no País. Para discutir o assunto, foram convidados Nilma Fontanive, coordenadora do Centro de Avaliação da Fundação Cesgranrio; Raquel Teixeira, Secretária de Educação do Rio Grande do Sul; Aléssio Costa Lima, presidente da região NE na União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e Dirigente Municipal de Educação de Palhano (CE); e Tufi Machado Soares, Professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Com abertura de Ricardo Henriques, o encontro será mediado por Maria Helena Guimarães Castro, presidente do CNE e da Associação Brasileira de Avaliação Educacional (ABAVE). Com tradução em libras, o encontro será transmitido ao vivo pelo canal do Instituto no YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=2QbYwoWjfJ0