Pandemia demandará aprendizado coletivo
O fechamento das escolas em decorrência da pandemia de Coronavirus, sem previsão de retorno das aulas, impôs uma série de desafios aos sistemas educacionais e aos gestores escolares. Até o fim de março, todas as 27 redes estaduais estavam com as aulas paralisadas, a maioria delas planejando soluções de Educação a Distância, em maior ou menor escala.
A conjuntura é inédita e afeta a educação de crianças, adolescentes e jovens não só no Brasil, mas no mundo todo. Segundo comunicado divulgado no último dia 24 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a estimativa é que 1,37 bilhão de estudantes e 60,3 milhões de professores não estão frequentando as salas de aula.
A dimensão da crise, global, pede a elaboração conjunta de caminhos alternativos. O momento é de aprendizado coletivo, compartilhamento de soluções e apoio mútuo, com foco especial nas escolas que atendem alunos mais vulneráveis. Com o objetivo de contribuir com essa construção, o Instituto Unibanco passará a publicar nesse espaço reflexões, indicações de práticas, materiais, ferramentas, plataformas e demais conteúdos que possam apoiar e inspirar gestores desafiados a viabilizar o ensino e a aprendizagem sem a estrutura tradicional das escolas.
Para começar
Consultamos sites e documentos direcionadas a gestores no Brasil e no mundo e selecionamos algumas dicas. São recomendações e sugestões para contribuir com a reflexão dos educadores sobre suas possibilidades no atual contexto, dentro das diversas limitações impostas pela crise:
Equidade – Mantenha o foco na questão da equidade. Dados os recursos disponíveis, como equipe e orçamento, o que é possível fazer para assegurar o acesso a esses recursos aos estudantes que mais precisam? Num contexto como o brasileiro, é muito importante considerar que tipo de equipamento e conectividade os alunos têm em casa. Nos casos mais vulneráveis, a escola e os sistemas de ensino podem considerar enviar material impresso para os estudantes. É importante ter em mente que o dispositivo tecnológico mais comum nos domicílios é o celular, e que boa parte das soluções pensadas deve considerar que para muitos estudantes este é o único dispositivo disponível para ter acesso a conteúdos da escola.
Foco no aluno – Tome decisões com foco nos estudantes. Avalie a possibilidade de os professores contatarem os estudantes para checar o que eles estão precisando. Suas necessidades básicas, como alimentação e moradia, estão sendo atendidas? De que suporte ao aprendizado (computador, livros, conexão à internet) eles necessitam? Procure contemplar as demandas dos alunos em seu planejamento para gestão da crise.
Apoio às famílias – Considere as famílias como parceiras da escola. Nesse momento, eles serão os únicos educadores com os quais os estudantes poderão contar presencialmente. Busque maneiras de se conectar com elas e, quando possível, ofereça ferramentas de apoio à educação domiciliar. Sabemos que não é uma tarefa simples, mas reflita como adaptar sua atuação para estimular essa parceria de modo que ela perdure mesmo após essa crise. Tenha em mente que muitas famílias estão neste momento vivendo alto estresse diante do desafio de ficarem em casa com as crianças, portanto, orientações e demandas devem considerar essa situação.
Cuide-se – A liderança hoje é mais importante que nunca. Os estudantes, sua equipe e a comunidade precisam que você esteja focado e inspire confiança para enfrentar um momento tão delicado. Para isso, é fundamental que você se cuide, descanse, alimente-se bem e se exercite, na medida do que é possível num contexto tão desafiador quanto o atual.
Fontes: NYC Leadership Academy (https://www.nycleadershipacademy.org/blog/we-will-support-your-leadership-through-the-covid-19-crisis/),
Banco Mundial (https://institutoayrtonsenna.org.br/content/dam/institutoayrtonsenna/hub-socioemocional/politicas-educacionais-na-pandemia-do-covid-19.pdf,